Um filme arrebatador! Tragédia, romance e catarse espiritual dignos das mais elogiáveis obras de arte.
O drama ilustra perfeitamente bem a luta da personagem (Kitty) contra a realidade inexorável da "castração" que envolve a humanidade (Freud); o progressivo abandono de seu egoísmo infantil em direção à conquista da capacidade de empatia e alteridade (expressos pela possibilidade emocional concreta de se colocar afetivamente no lugar de outros), que culminaram finalmente na construção - como sempre, árdua - de um vínculo amoroso realmente significativo - pois produzido a partir do vazio, da dor e da alegria que acompanham inevitavelmente o crescimento e o desenvolvimento de toda e qualquer autonomia individual.
Enquanto Fane mantém-se um cavalheiro mesmo no auge do ressentimento e da amargura diante de seu orgulho ferido. Em nenhum momento (ao contrário do que ele tentou expressar), me parece que lhe faltou intensidade em relação aos seus afetos e a sua incomensurável paixão pela esposa.
Uma das mais belas construções psicológicas e estéticas a respeito do difícil e desgastante processo de amadurecimento humano. Além de roteiro, direção, fotografia, música e figurino excepcionais!!!
Sem dúvida, em minha opinião, um filme de e para "gente grande"...
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