Na boa, tem que ser muito ingênuo para acreditar que os manifestantes/revoltados estão de fato praticando atos de cunho político e que, além disso, agem comovidos por um genuíno sentimento de justiça social. Um ou outro até pode estar bem intencionado neste sentido, mas ainda acho que este é a exceção!
A grande maioria me parece realmente que quer apenas se juntar ao bando (ou a manada) para, de uma maneira legitimada (travestida de interesse social e preocupação benevolente com os outros), ser capaz de dar livre expressão ao seu ódio, ao seu ressentimento e, por consequência, à sua hostilidade reprimida.
Mas é claro, destruir sempre será mais fácil e conveniente do que construir; do mesmo modo, o ódio é muito mais prático de ser cultivado do que o amor (que por sua vez, dá um trabalho do cão). No drama comum da miséria humana, todos tem todos os motivos pra odiar todo mundo. Ao passo que amar no sentido profundo - isto é, com um sacrifício pessoal radical pela alteridade que se expressa na face enigmática do outro (aí sim, tem que ser qualquer outro, pois no plano do amor "não podem" existir inimigos políticos) - ou amar no sentido primitivo do cristianismo, está e estará sempre completamente fora de moda. Isso sim é um escândalo: o amor, pois o ódio é o que há de mais banal!!!
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