Enganam-se
redondamente, aqueles que pensam que a base do matrimônio (isto é, aquilo que
sustenta qualquer tipo de relacionamento conjugal monogâmico do tipo casamento ou até mesmo um namoro sério) é o amor, porque
não é! Na raiz profunda da expressão do amor, o que encontramos invariavelmente é uma porção de abnegação do ser, sendo, portanto, que aquilo que oferece real solidez a qualquer relacionamento deste tipo é, e sempre
será o sacrifício (ou mais precisamente o autosacríficio).
Como pode ser
incansavelmente observado e atestado no cotidiano, um relacionamento é capaz de
sobreviver e se arrastar por anos a fio sem sequer contar com “uma só gota de amor”, mas não
pode ele, igualmente, suportar nem sequer um dia sem uma dose considerável e generosa de
autosacríficio (pois aqui, o sacrifício é anterior e até certo ponto, uma pré-condição para a manifestação tardia do amor).
Esse é o motivo pelo qual (considerando dogmaticamente a psicologia feminina), uma mulher quase nunca valoriza o que um homem faz por ela mais do que ela valoriza o que ele deixou de fazer para fazer o que ele fez por ela. Em suma, conta muito mais o autosacríficio pessoal do que a benevolente generosidade da vontade...
De fato, e isso muitas pessoas sabem, o que mais valoriza a relação amorosa é a renúncia. Renúncia, que por sua vez é ambígua e pode envolver por um lado, a esfera do pulsional (desejos) e por outro, a esfera do ideal (sonhos). É neste sentido profundo que a expressão da personagem de Woody Allen deve ser compreendida, quando afirma que "o casamento é a morte da esperança".
Até aí tudo simples e fácil e de entender. O problema é que cada renúncia tem um peso e traz consigo uma marca, que inúmeras vezes é paga na dolorosa moeda da neurose, da insegurança patológica, do ciúmes e da traição (que por sua vez, também é ambígua, pois pode envolver tanto o autoengano quanto o engano do parceiro).
Se pudessemos resgatar, esta seria então a base pragmática mais elementar do racíocinio infantil: "Se ele não deixou de fazer algo importante para ficar (ou fazer algo) comigo (para mim), ele não me ama". Freud já havia alertado que "a demanda do amor infantil é absoluta, pois uma criança, geralmente não se contenta com menos do que tudo". Mas uma hora é preciso amadurecer e aprender que o amor é algo maior do que toda essa mesquinharia insensata e nesse ponto, não apenas as mulheres como também um grande número de homens precisa compreender que o autosacríficio até pode ser considerado uma forma de expressão do amor, mas que de modo algum, é a única.
De fato, e isso muitas pessoas sabem, o que mais valoriza a relação amorosa é a renúncia. Renúncia, que por sua vez é ambígua e pode envolver por um lado, a esfera do pulsional (desejos) e por outro, a esfera do ideal (sonhos). É neste sentido profundo que a expressão da personagem de Woody Allen deve ser compreendida, quando afirma que "o casamento é a morte da esperança".
Até aí tudo simples e fácil e de entender. O problema é que cada renúncia tem um peso e traz consigo uma marca, que inúmeras vezes é paga na dolorosa moeda da neurose, da insegurança patológica, do ciúmes e da traição (que por sua vez, também é ambígua, pois pode envolver tanto o autoengano quanto o engano do parceiro).
Se pudessemos resgatar, esta seria então a base pragmática mais elementar do racíocinio infantil: "Se ele não deixou de fazer algo importante para ficar (ou fazer algo) comigo (para mim), ele não me ama". Freud já havia alertado que "a demanda do amor infantil é absoluta, pois uma criança, geralmente não se contenta com menos do que tudo". Mas uma hora é preciso amadurecer e aprender que o amor é algo maior do que toda essa mesquinharia insensata e nesse ponto, não apenas as mulheres como também um grande número de homens precisa compreender que o autosacríficio até pode ser considerado uma forma de expressão do amor, mas que de modo algum, é a única.
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