No dramático e trágico palco da existência humana, somos todos atores. No entanto, ao contrário do teatro artístico, não podemos contar com qualquer orientação de um diretor que, de fora, comande nossas ações. Assumimos nossas escolhas (e não escolhas) por própria conta e risco.
Como diria Pascal: "Os homens são tão necessariamente loucos que não ser louco apenas poderia resultar em outro tipo de loucura". Reconhecendo com Pascal, portanto, justamente a Loucura como o componente elementar da condição humana, espero não cometer um sacrilégio, mas por uma questão de justiça (em minha humilde concepção), acredito que nem mesmo os Deuses, no além, deveriam julgar os homens... dada a precariedade de nossa situação; neste sentido, até mesmo um juízo final seria uma espécie de fraude, dada a falta de empatia e compaixão pelos sofrimentos, incertezas e infortúnios característicos de uma alma que se possa chamar de humana.
Este filme, a meu ver, nada mais é do que uma bela amostra do embate entre a concepção temporal (materialista) e a eterna (espiritual) como tentativas sempre inacabadas e ao mesmo tempo renovadas de dar conta de um conflito intransponível com relação aos problemas de vida e morte.
Vale muito a pena conferir!
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