A partir de meus estudos sobre a obra de Freud, e pensando um pouco sobre este assunto, ao menos uma coisa eu concebo como fato: a introjeção das leis básicas que tornam a civilização possível, isto é, a assimilação dos mandamentos ético-morais elementares do tipo: "não cometerás incesto, parricídio, canibalismo, assassinato, estupro etc", depende de uma sanção coletiva que reprima (de forma inibidora, dura e coercitiva) estes impulsos violentos presentes em nossa animalidade.
Infelizmente (ou felizmente), me parece que a única maneira que uma sociedade realmente dispõe para possibilitar a inserção de seus membros na cultura é através da punição exemplar dos transgressores (pois a transgressão em si mesma não pode ser punida), e isto não pode ocorrer de outra forma que não seja autoritária - tendo em vista o mais pleno e rigoroso cumprimento da lei.
Neste sentido, aonde reina a impunidade, reina também uma confusão perversa entre o que é permitido e o que não é permitido pela lei; e não existindo assim qualquer fundamento comum que oriente os sujeitos a serem capazes de distinguir minimamente entre o certo e o errado (pelo menos sob tais aspectos vitais, como por exemplo, tocar fogo em uma pessoa porque ela não tem ou não quer me dar dinheiro SEMPRE estará errado), tal sociedade estará automaticamente condenada à própria extinção, pois em uma terra onde todos podem tudo, é claro que com o tempo ninguém poderá mais nada!
Em suma, o crime é grotesco e acho que independente da idade, o sujeito tem que se haver com a responsabilidade de tal ato. Penso que isto é o melhor que podemos fazer por ele e por todos os outros (nós inclusive); isso é muito mais nobre e caridoso do que simplesmente inverter a situação tratando o criminoso como uma vítima ou mesmo sua perversão como um ato de justiça social... e justamente não é toa que a nossa sociedade atual seja em grande parte formada por canalhas que reconhecem apenas uma única lei: a lei da covardia!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário