1. A família é uma instituição sagrada pela sua própria constituição, dado que o pai e a mãe são duas autoridades naturais para a criança. Já o estado, deve ser considerado como um modelo de autoridade secundário e artificial, dado que, na melhor das hipóteses, é ele um substituto deslocado dessas figuras primárias responsáveis pela apresentação da criança ao mundo.
2. O lar, é por excelência, o espaço mais favorável para o desenvolvimento criativo e individual da criança. Imagino que está seja uma constatação facilmente observável, uma vez que acredito piamente que tanto eu como você ou qualquer um, sentimo-nos sempre mais livres e à vontade para sermos nós mesmos em casa do que em qualquer outro espaço público.
É claro que parto aqui de uma definição ideal de lar e de família, mas essa definição não é de forma alguma minha: ela é milenar e seu maior representante na historia foi a Igreja Católica (que diga-se de passagem: é uma instituição que também conta com mais de 1500 anos de assistencialismo aos mais pobres). Alguns círculos psicanaliticos também estão em pleno consenso quanto a importância do lar e da família para o crescimento e desenvolvimento saudável da criança enquanto ser individual.
Teremos de excluir de nosso ideal, no entanto, o simples conjunto de pessoas que dormem sobre o mesmo teto, mas que estão vinculadas majoritariamente por laços de ódio, culpa, ressentimento, mágoa ou marcados pela perversão destrutiva (sadismo e masoquismo), isto é, marcados pela ausência radical de amor em seu sentido espiritual mais pleno.
O ponto central, portanto, dessa discussão sobre a lei da palmada é o seguinte: estamos vivendo praticamente no auge de um processo de desconstrução do ideal de família enquanto núcleo autônomo, e desviando a autoridade natural dos pais para figuras de especialistas e técnicos a serviço do Estado. Esse processo poderíamos aqui chama-lo a grosso modo de "modernismo". Estamos assim, em relação a educação das crianças, caminhando para uma concentração cada vez maior de poder nas mãos do Estado (que opera através de seus técnicos-fiscais) e substituindo um laço natural por um artificial; em outras palavras, estamos nos afastando cada vez mais de um modelo de autoridade e nos aproximando de um modelo de tirania, dada a onisciência e o pensamento coletivista de massa característico e essencial a formação do estado.
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