O primeiro ponto importante, é que a tradição política brasileira é essencialmente marcada pelo "positivismo" e, portanto, por uma forte presença do Estado como agente regulador da vida das pessoas - seja pelo viés militarista ou tecnocrata.
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=42
Isso indica para nós que temos praticamente uma hegemonia da tradição de esquerda no poder há mais de um século no poder. Por que eu digo esquerda?
Porque a esquerda, em toda a história, sempre foi representada pela centralização do poder político e econômico através de um Estado forte. Ao contrário, a direita política (de viés liberal no sentido clássico da economia) é aquela que aposta suas fichas na descentralização desse poder político e econômico através do estímulo ao mercado neutro.
Pois bem, deste modo, não faz o menor sentido falar que a ditadura representou o pensamento de direita no Brasil, como muitos assim o fazem. Até mesmo a ideologia nazista, de acordo com os estudiosos mais profícuos sobre o assunto, se baseava justamente nos pressupostos esquerdistas de um Estado redentor. O erro aqui persiste em função de uma confusão terrível: confunde-se qualquer oposicão ao regime de esquerda no poder (que tem seu arquétipo no socialismo, ou seja, controle total da propriedade pelo Estado) com direita política.
Em parte é isso o que ocorre agora: o PSDB é um partido social-democrata (isto significa mais ou menos uma esquerda um pouco mais madura que a esquerda radical bolchevique revolucionária antiga, e que assim vem sobrevivendo na evolução cultural, tal como numa espécie de darwinismo social) e é totalmente equivocado identificar a social-democracia psdbista como uma ideologia liberal (direita). Ela apenas reconhece em algum nível que a abertura para o mercado é favorável para um desempenho mais positivo na economia.
Chegando ao ponto, me parece que na intenção, tanto direita quanto esquerda possuem o objetivo de combater a miséria e a pobreza (pelo menos em teoria, hein!, rsrs). O que difere é a forma como isso se dá: para a esquerda atual, através da regulação do mercado pelo Estado, recolhimento progressivamente maior de impostos e redistribuição de renda; para a direita, ao contrário, isso deve ser realizado através da facilitação de acesso e estímulo ao mercado (produção e consumo) e isso obviamente só é possível mediante um menor intervencionismo estatal sobre a economia dos empreendedores (micro ou macro).
Logo, como os petistas já estão desesperados com o perigo da derrota da presidente Dilma para o Aécio, eles começão a apelar histericamente para esses esteriótipos malucos do tipo "retrocesso político", "governo para os pobres", "governo para os ricos"; tudo bobagem! Simplesmente não dá para defender ao mesmo tempo uma política de interesse e proteção dos pobres e protagonizar os maiores escândalos de corrupção da história da nossa república. A corrupção (sequestro e roubo do dinheiro publico) é o maior atentado que se pode fazer contra a vida do miserável, assim como o manter refém de um assistencialismo que estabelece a dependência como padrão de vida é desacreditar completamente na capacidade criativa desse indivíduo pobre de cuidar de si mesmo.
Por fim, a ficção a que eu me referi lá no começo é o pressuposto marxista de que existiria em curso uma "luta de classes sociais". A noção de classes, não se sustenta em uma sociedade regida pela constituição democrática como a nossa, que pensa e defende sempre aos interesses do indivíduo (lembrando que o indivíduo é sempre a menor das minorias). Faz sentido falar em classes estanques em um sistema de castas como o da Índia, ou no feudalismo antigo... e só! rs
Perdão, mas dado meu envolvimento com tema, não consegui escrever menos... Bjo
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